Rússia e o “mercado” e o Bitcoin: “se não pode vencê-los junte-se eles”?

Nada disso: é o “Façamos a revolução antes que o povo o faça”

Marcus Brancaglione
7 min readJun 2, 2017

Desobediência Civil como ativismo social produtivo

(…)As duas formas clássicas desobediência civil ou direito de resistência. Não são exatamente produtivas e não funcionam. A recusa no pagamentos de impostos além de ser para quem pode afetaria a já tenebrosa produção do bens e serviços sociais promovidas pelo monopólio estatal. E a greve que é o único meio legítimo que resta, a quem só resta a sua força trabalho como resistência, não só diretamente a produção de riqueza e a economia como consequentemente arrecadação para a sua suposta redistribuição e provisão de bem-estar social.

Logo, seria preciso produzir não apenas resistência mas concorrência produtiva e sustentável não parando a produção de bens e serviços econômicos, mas quebrando o monopólio estatal sobre a produção de bens e serviços sociais. Uma abordagem construtiva que tanto pode aliar aqueles que querem direcionar seus recursos diretamente a essa livre iniciativa social, quanto pela própria população se ela ao invés de esperar ou requisitar a intervenção do estado nos espaços e problemas públicas, passe a fazê-lo sem esperar sua autorização. Seja para constituir a associação financeira que irá bancar a produção do bem e serviço, seja para executá-lo mesmo onde o estado exige ou mesmo proibi a sua execução.

Sempre tive por mim, que ações de resistência e desobediência não precisam ser passivas nem muito menos destrutivas. Elas podem muito bem não só ser ativamente pacificas mas de fato produtivas. E muito melhor do que destruir patrimônio ou parar serviços públicos ou privados a melhor forma de lutar contra a inação é justamente a instituição de ações sistemática e não meramente eventuais que sejam capazes de financiar e prover o bem público a revelia da burocracia e poder estatal.

(…)creio profundamente que as manifestações de não-violência não precisam ser apenas protestos passivos, mas ações produtivas e inspiradores que quebrem tanto o monopólio estatal que constitui o paternalismo, o patrimonialismo e o autoritarismo-servilismo que permeia a cultura da sociedade brasileira quanto ao bem público sua intervenção e administração. Acredito na desobediência civil como o inverso do terrorismo, ao invés de explodir ou parar um espaço público retomá-lo ou reconstitui-lo em concorrência com o estatal.

Na verdade sei por conhecimento de causa que quando nos apropriamos de ideias políticas governamentais estamos também tacando o terror, mas não na população mas sim em partidos e governantes que acreditam e pregam que são os donos das causas sociais e o bem público. Os latifundiários da coisa pública em sua forma ideal.

Em linhas gerais é essa as alternativas que vejo para o ativismo social, seja ele considerado desobediência ou não, retomar os espaços públicos, mas não meramente fisicamente e improdutivamente, mas produtiva e constitutivamente de modo a produzir uma revolução sociocultural pelo associativismo produtivo sobre a produção de bens e serviços e seguridades sociais. De pequenas ações como construir uma ponte ou o saneamento de uma favela, até a constituição quem sabe de novos sistemas de previdência mútua universal.

Utópico, com certeza, mas a utopia que pode ser colocada em prática em pequenas ações independente da renda das pessoas. Manifestações violentas e não-violentas, ajudam a vender o Estado seja como tolerante, seja como o defensor contra os violentos. Ações produtivas e contra-violentas só ajudam a mostrar que não esperar o governo, mesmo quando isso é uma obrigação, é o caminho. Pelo menos aquele que eu acredito como a nova estratégia para as conquistas dos direitos políticos e econômicos que ainda faltam no mundo contemporâneo. (…)-Desobediência Civil como ativismo socialmente produtivo

Não adianta ir as ruas, gritar nem quebrar nada. Porque conforme ensina a teoria das janelas quebradas eles ganham, quebrando eles ganham consertando, porque detém o monopólio de todas as trocas e transações. Eles não são ricos, eles são donos de todo o dinheiro. Mesmo o dinheiro que o mais rico dos homens possui. Porque quando ele compra ou vende qualquer coisa, o mais rico ou mais pobre, está pagando com cartão de crédito ou dinheiro está financiando os donos da produção do dinheiro. Os donos do sistema monetário e financeiro não só nacional, mas internacional. Você comprou, vendeu o que trabalhou, produziu e quem leva são eles, os atravessadores.

É um poder imenso. E por ser um poder imenso é na verdade o poder de fato que se sobrepõe sobre o poder de direito. São eles que controlam a soberania nacional e não o povo, e sem o aval deles, não entram nem saem ministros da economia nem presidentes. Do menino Levy do Bradesco, a puta velha do Citibank e Pactual, Meirelles. De Dilma a Temer, a esquerda ou direita, ninguém entra ninguém cai sem as bençãos sagradas deles. Os irmãos Friboi e empreiteiros são café pequeno perto dessa gente. E é por isso mesmo que se Temer ficar, será para manter esse crime organizado como legalizado; e se ele cair será para colocar alguém que cumpra essa missão que ele não foi capaz de levar a cabo até o final , sem ser pego em flagrante. Exatamente como Dilma. Não é a toa que o nome da aristocracia brasileira Jobim tem sido tão ventilado.

O ponto é que se eles estão ganhando, Temer pode virar um Maduro ou até mesmo um Stalin, Hitler ou Al Capone, dane-se; pode mandar matar, traficar ou construir campos de concentração, enquanto ele não estiver pondo em risco os negócios e dando lucro fica.

São eles que são grandes demais para quebrar, não os Estados, Nações ou a economia globalizada do mundo inteiro. O centro nervoso deste sistema é o sistema monetário. E essa é a grande luta por liberdade do Brasil e do mundo:

OU TORNAMOS O CUSTO DA NOSSA EXPLORAÇÃO MAIOR QUE OS LUCROS, OU TORNAMOS OS DIREITOS POLÍTICOS QUE ELES ROUBAM UM PREJUÍZO FINANCEIRO OU NADA VAI MUDAR.-O porquê de Temer não ter caiu ainda. E como tirá-lo de lá. Sem violência.

Toda pessoa tem o direito natural de defender sua vida e liberdade sozinho ou em sociedade de paz contra quem quer que se levante para violar os seus direitos seja ele um bandido ou bando dentro ou fora dos governo. Aquele que se ameaça esses direitos ou se declara o soberano sobre eles a revelia não está escrevendo a constituição de um Estado, mas a formalizando a declaração de guerra do seu bando contra cada pessoa livre e sua sociedade.Esta literalmente formalizando a suas pretensões criminosas de tirania com lei e ordem contra a Liberdade a Igualdade o Direito, a Justiça e o verdadeiro Estado de Paz. Paz que não advém do monopólio da violência de poderes superiores fantásticos, mas da concretização de fato da igualdade de liberdades fundamentais garantidas pela sociedade de paz.

Quando as forças de fato instituídas para proteger a paz e a sociedade, se corrompem e insurgem contra: (i) os direitos de liberdade individual e propriedade particular;(ii) ou de igual autoridade e participação politica e econômica no patrimônio e bem público (que fazem parte dos direitos comuns de cada pessoa) essas forças não deixam de ser servidores para ser senhores do povo, que de sociedade de cidadão é reduzido novamente a plebe servil. E eles por desigualdade de fato de poderes seus tiranos ainda que no papel e teoria os nomes e direitos e leis sejam outros.

É um erro falar em desobediência civil quando não é o povo que deve por direito obediência aos seus servidores e administradores públicos mas esses aos titulares dos direitos de propriedade e soberania sobre a coisa pública. Os servidores e administradores públicos tem os mesmos direitos e devem estar protegidos pelos mesmos direitos que os particulares. Não podem ser reduzidos a escravos pelas sociedade dos proprietários (os cidadãos) nem serem forçados a trabalhar ou servir pela privação dos seus direitos iguais de cidadania. Mas em hipótese ou tempo algum podem tomar para sim o controle e usufruto dessa posse e poder por conta do seu cargo e função. O presidente de uma sociedade não é seu dono. E a partir do momento que se comporta como tal é um ladrão não só das posses e direitos dessa sociedade, mas da próprio bem comum que a sociedade se constitui.

A democracia não é portanto a ditadura da maioria, nem muito menos a ditadura daqueles que ocupam os mais altos cargos públicos administrativos da república. Ela é o estado de direito enquanto proteção e garantia dos direitos fundamentais não como poder de poucos, mas como dever de todos e obrigação de qualquer um que esteja incumbido momentaneamente desta função como servidor público dos demais.-O legalismo contra o bom senso e a Justiça

Celebrando o bicentenário de Thoreau

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Marcus Brancaglione

X-Textos: Não recomendado para menores de idade e adultos com baixa tolerância a contrariedade, críticas e decepções de expectativas. Contém spoilers da vida.