Repúblicas Libertárias e Democracias Econômicas 2

Marcus Brancaglione
5 min readOct 1, 2015

Tenho proposto que tomemos coragem e comecemos a discutir reformas constitucionais e até mesmo novas constituições completamente a revelia sem esperar que por nosso estado falido e politica corrompida tomem a inciativa cada dia mais necessária e que eles não vão tomar.

Para entender por vejo esta necessidade não apenas como a decadência de um antigo regime podre e arcaico mas como a emergência concreta de um novo paradigma politico-econômico no mundo, posto alguns capítulos do novo livro onde faço:

A defesa a sistematização da Democracia Direta Digital e a Renda básica Incondicional como a bases para de uma Nova constituição ecolibertária.

Sim e por que não?

Este é o segundo capítulo do livro e dá uma ideia bem simples e esquemática do que seria esse novo sistema.

Democracia Direta e Renda Básica

As repúblicas libertárias do futuro serão sociedades sem estados, ou mais precisamente sociedades livres dos monopólios corporativos estatais e privados sobre os bens comuns e particulares naturais. Os governos do futuro coexistirão em paz no mesmo território pacificamente como sociedades gestoras cooperativas e competitivas atundo de forma negociada não apenas no mesmo espaço mas ao mesmo tempo.

O mundo livre será constituído pela garantia de igualdade de autoridade em relação aos bens comuns pela garantia de liberdades fundamentais e será dado pela assunção voluntária de deveres mútuos e equitativos para a garantia de direitos iguais universais. As repúblicas libertárias serão formadas não apenas pela renuncia e negação do uso da força, ou desigualdade de forças e poderes, como isto se dará da única forma possível, pela garantia universal das liberdades fundamental como compromissos mútuos e voluntários dos mais capazes e conscientes. Os responsáveis pelas sociedades libertárias sem fronteiras.

As novas repúblicas libertárias serão fundadas no princípio da livre comunhão de paz; serão formadas por tanto governos simultâneos quanto forem as sociedades reunidas pelo respeito a um único e mesmo princípio: a sua coexistência pacífica. Todo pessoa de paz terá direito a sua soberania e poderá se associar e dissociar voluntariamente para se governar e determinar tanto seus governantes quanto suas formas de governos.

Proteger o território desta rede libertária será feito não pela imposição de uma vontade coletiva, mas pelo interesse compartilhado de interdependência, defesa e garantia dos valores; pelo interesse de todos em ser e o saber que não podem ser sem tudo e todos que os cercam.

A consciência libertária é a própria manifestação do estado de consciência da coexistência em rede; a congruência natural entre o interesse particular e altruísta de proteger não apenas a si e os seus iguais, próximos ou semelhantes (àqueles que compõem suas comunidades), mas em preservar a própria diversidade natural e humana, todos estranhos e divergentes e suas diferenças que por contraste compõe a nossa própria identidade única e particular em sociedade.

A democracia futura das repúblicas libertárias não será, portanto fundada pela disputa e imposição de projetos e seu monopólios por certo tempo sobre um determinado espaço, mas pela concorrência permanente de projetos de gestão pública e segurança social e proteção do bem comum. A democracia não terá necessidade de voto, representação ou intermediação, nem muito menos de veto de nenhum destas formas de tomada de decisão ou qualquer forma livre espontânea de organização das livres sociedades.

A democracia será antes de tudo econômica e se dará pela garantia da paz e liberdade fundamental e autoridade igual sobre os bens comuns, pela distribuição da renda básica suficiente tanto para cada pessoa possa subsistir sem o uso ou submissão a força quanto participar das decisões políticas tanto da sua sociedade quanto da rede de federações formada por elas.

Uma nova democracia direta descentralizada e econômica não mais caracterizada pelo falso teatro da representação, construído pela separação falaciosa da política e economia; instituída pela desintegração do ser humano e suas propriedades e autoridades naturais. Uma nova democracia livre e libertadora dos sistemas de exploração pela privação das liberdades fundamentais: os meios vitais e ambientais.

As novas democracias diretas e econômicas serão formadas a partir da plataforma de repúblicas libertárias. Repúblicas constituídas pela igualdade de autoridade sobre o bem comum entre todos os cidadãos. Igualdade dada pela garantia de liberdades fundamentais geradas pelos rendimentos compartilhado destes bens comuns. Uma renda básica incondicional.

A nova democracia não será feita da desigualdade entre representantes e representados, entre os que detêm o poder de decisão da alocação dos recursos, e os que alienaram seu poder decisão a terceiros. A nova democracia não precisará de votos nem para eleger mandatários nem sequer para eleger prioridades. A nova democracia é um novo sistema socioeconômico baseado na reintegração da política e economia, ou melhor, no fim da falsa separação entre a política e a economia.

O cidadão dotado de uma renda básica distribuída de forma descentralizada diretamente de cidadão para cidadão, de acordo com o principio da equidade (todos contribuindo equitativamente para gerar uma renda básica igual), deverá ser capaz de decidir por conta própria não apenas como alocar seu recurso particular conforme suas necessidades, mas poderá decidir diretamente quanto e como alocar seus rendimentos em fundos que financiem os projetos e orçamentos de interesse público. Exercerá assim seu direito de alocar os recursos para determinar suas escolhas político-econômicas ou mais precisamente determinar não apenas o que irá comprar, mas o que deverá ser financiado e produzido, sobretudo o mais importante a produção dos bens e serviços públicos.

As novas democracias não se darão pela ficção da representação política nem voto, mas de fato pela renda básica e total liberdade de comunicação informação e associação financiada não a partir dela. Uma renda básica que deve ser suficiente acabar com a desigualdade econômica? Não. Uma renda suficiente para acabar com o sistema de servidão política e econômica fundado na privação das liberdades fundamentais. Liberdade financeira e associativa suficiente para acabar com a desigualdade de poder dada pela privação dos meios vitais dos segregados do controle sobre o bem comum, os meios de comunicação e dos provedores da informação e sua redes.

As novas democracias diretas econômicas serão o fim das aristocracias e tiranias fundadas na privação das liberdades e necessidades impostas aos expropriados dos seus direitos naturais pela estatização do bem comum e imposição de propriedades artificiais no lugar das verdadeiras. As novas sociedades livres deverão ser repúblicas libertárias, capazes de por fim a tirania das aristocracias disfarçadas, o fim das democracias políticas representativas e o começo da Democracia direta econômica: um estado de direito como liberdades fundamentais iguais para todos.

--

--

Marcus Brancaglione

X-Textos: Não recomendado para menores de idade e adultos com baixa tolerância a contrariedade, críticas e decepções de expectativas. Contém spoilers da vida.