O presidento não? Os erros que os movimentos políticos de direita repete e imita da esquerda
Pavimento o caminho aberto ao retrocesso. Resta saber exatamente, qual?
Uma analise rápida de demandas, riscos e oportunidades políticas:
Cenário
Os lideres dos movimentos de centro-direita divergiram quanto a união com a esquerda e fecharam com uma pauta:
(i) são contra as medidas do congresso e a favor do judiciário;
(ii) e favor governo Temer e sua PECs.
Os lideres dos movimentos de centro-esquerda também mantiveram sua pauta e posição não se misturam com essa direita :
(i) estão a favor das medidas do congresso contra o judiciário;
(ii) e contra o governo temer e suas PECS.
Logo
Os movimentos de Direita ao defender da Lava-Jato contra o congresso se colocam em boa posição popular contra a corrupção. Mas ao mesmo tempo a enfraquecem ao defender o governo Temer e suas PECs anti-sociais. Distanciam-se especialmente das classes mais pobres que são maioria e das minorias marginalizadas que não são poucas.
Os movimentos de Esquerda depois de caírem e terem de virar oposição ficaram menos surdos as reclamações da população, estão lutando contra as PECs e até pedindo com mais convicção o Fora Temer. Porém, ainda sim, não conseguiram recuperar o apoio popular já que sua defesa das medidas do congresso é entendida como apoio explícito a corrupção das suas lideranças politicas.
Assim, se essa esquerda não pode mesmo largar a defesa dos seus lideres políticos, então está irremediavelmente apartada da população por causa da corrupção e condenada ao mesmo destino que eles. E se esse direita não quer abraçar causas populares e também não pode abandonar esse novo governo igualmente corrupto irá caminhar exatamente pelas mesmas pedras e para o mesmo buraco que esquerda foi. Ficarão ainda com seus nichos e minorias bem barulhentas, mas não com a maioria da população.
Conclusão
A demanda politica portanto permanece. E seja como pauta de um movimento verdadeiramente social e apartidário, seja como agenda oportunista de populismo eleitoreiro essas demandas ela serão eventualmente aproveitadas ou por um ou por outro. E serão mais ou menos as mesmas:
1.Combate irrestrito a corrupção, a direita e esquerda.
2. Defesa dos direitos sociais
3. Recuperação da economia.
A diferença é claro sabida, no caso do populismo a demanda não é encampada para ser atendida, mas para carregar ou despertar outras, algumas bem perigosas.
Futuro
Portanto, considerando que não há movimentos sociais apartidários no Brasil, mas o que não faltam é projetos de populismo eleitoreiro. E que de fato essas são medidas irreconciliáveis dentro do velho paradigma políticos e econômicos autoritários. Sem reforma ou revolução, a pergunta a ser feita é a seguinte: qual será o próximo populista que vai colocar essa agenda como plataforma e tomar o governo brasileiro o apoio da carente população brasileira?
A atual onda mundial, nos diz que com certeza um extremista de direta. E já temos algum nomes, mas outros poderão surgir e não adianta chorar.
Essa “esquerda” teve 13 anos para fazer o que devia e não fez. E essa “nova” direita apesar de não ter tido todo esse tempo, esta jogando fora uma oportunidade unica de ocupar esse lugar. Pois sem esses ajustes, sem se sintonizar com as outras causas populares, mesmo que hoje eles levem milhares ou milhões as ruas quem vai capitalizar sobre seu movimento serão outros… e nas costas deles.
Tempo ainda há, dá para eliminar incoerências internas, encampar demandas e até mesmo se unir em minimo denominadores comuns para fechar os flancos escancarados para a extrema-direita… por enquanto. Resta saber: eles estão vendo isso? Estão vendo os riscos e oportunidades? Ou só veem o mesmo de sempre: o meu lado; o outro lado; e o ganhar o jogo para tomar o poder? Se for isso. Já era. Os dois lados já perderam.
Não sei se pra isso sou um homem de pouca fé, mas cá entre nós, acho vai rolar não. Negócio é rezar para surgir novas variáveis nessa equação e em tempo recorde. Sem um milagre, não vai dar merda, já deu.
Mas vamos tentar ver a coisa pelo lado bom. Eles cometem o mesmo erro da esquerda pelega que protestava contra os governo, mas defendia a Dilma. Eles podem ser incoerentes, mas o senso comum não é. Protesto é protesto.
