O ciclo da tirania governamental, insolidariedade social e pobreza dos povos

Ou como a desigualdade de poderes, como posse de bens comuns e meios vitais fomenta a industria da pobreza e tirania no vácuo da solidariedade social.

Marcus Brancaglione
27 min readApr 12, 2018

Só há uma esperança mais ingênua do que acreditar que tiranos e demagogos são a salvação: é crer que o carcere desses criminosos “políticos” seja a solução do problema. Não, não é. Não funciona com os comuns não funciona com os políticos. A sociedade brasileira quer desesperadamente acreditar nisto, que o combate a corrupção e criminalidade irá colocar um fim nas mazelas do Brasil. Sinto muito, não vai. Porque assim como por definição mitos não reais, balas mágicas também não o são.

Mesmo se a repressão e detenção não fosse seletiva, mas completa de todos os parasitas e oportunistas políticos e econômicos, mesmo assim não se conseguiria quebrar esse ciclo de crime e miséria. Poderia até curar a bicheira do caboclo, mas só para ele pegar outra nova quanto voltasse para seu casebre insalubre. Poderia até tirar as atuais quadrilhas e traficantes de poder e privilégios de circulação, mas não acaba com o vício, nem muito menos com a demanda.

Pode ser reconfortante para alguns acreditar que as coisas poderiam se resolver assim, reprimindo e encarcerando, mas se há um fato que a história prova, incluso a recentíssima, é que isso não funciona. E não só no Brasil. No mundo. Porém, ainda sim, enquanto uma boa parte da sociedade mundo afora prefere continuar acreditando em mitos, outra acredita que basta derrubar e encarcerar essas lideranças mitomaníacas para colocar um ponto final na crise da democracia e econômica liberal; para enfim, as coisas voltarem a ser como eram. Não, não vão. Isso não é o fim. Está longe de ser. É só o começo.

Mas o começo de quê? Conflitos cada vez mais concretos entre povos, sociedades e Estados, uns contra outros, dentro de um mesma região ou território geopolítico, e além de suas fronteiras pela hegemonia deles. O quanto tempo essas disputas vão demorar, e até onde isso vai escalar, é a grande questão que vai depender de até onde cada parte está disposta a ir com suas crenças e fantasias, que desatinos estão dispostos a cometer em nome dos seus credos como projetos de poder.

No Brasil destes grupos em disputa, o que mais preocupa não é o que acredita que seus mitos estão acima do bem e do mal. Mas sim o que acredita que seus credo e juízos não são mitos, mas a verdade, encarnação do bem contra esse mal e falsidade. Os ideologos do grupo time são desonestos e sabem que o são. Sabem que como falsificadores ideológicos da realidade por profissão, não tem como mais como vender seu projeto de poder sem mitificações. O do segundo, são honestos, e nisto perigosamente tolos, acreditam que seus sistema de valores e julgamento, não são também uma ideologia. E o que é pior que esses sistema não é feito da mesma corrupção e mentira. E que portanto pode se livrar desta crendice e seus representações sem ruir junto. Logo não são os idiocratas, mas os idiotas uteis, a pergunta é portanto a serviço de quem e do quê.

Não que se livrar desses dois males seja ruim, que essas crenças caiam e desapareçam, mas a pergunta é: o que se pretende construir de novo agora? E quem irá fazê-lo a partir desse vácuo. Nada? Ninguém? Tolice, não adianta fantasiar, as coisas não vão ficar como estão, nem volta a ser como eram com mais do mesmo placebo. Ou o Brasil evolui e se re-evoluciona ou vai ruir até que os mais arcaicos e primitivos regimes e formas de governo retornem de vez para ficar o tempo que julgarem necessário- quase nunca menor do que o suficiente para matar uma geração.

Não é só o poder que não existe vácuo, todos os espaços vazios ão de ser ocupados, também na história. Logo, ou se ocupa esse espaço aberto na história com mais e melhores democracias, ou se deixando tudo como esta, fingindo e pretendo que o velho que ainda insiste em permanecer pode continuar a ocupar eternamente o lugar do novo, o que teremos no final das contas é o retorno do que há de mais primitivo: o autoritarismo, um grupo ditando porque pode, e outro obedecendo não porque tem juízo, mas porque não pode fazer seus próprios juízos e ditar sua própria vida, primeiro a comum, depois a particular.

A eliminação dos representantes mais descarados e desalinhados com o teatro da democracia e economia liberal pode dar alguma sobrevida ao sistema, mas se nesse meio tempo se a democracia e sua econômica política não se reinventar, não encontrar um novo regime que seja capaz de se adaptar e resistir a alta exposição pública e demanda por transparência característica da nova sociedade da informação, a desinformação não vai segurar eternamente o avanço do espírito do tempo. Porém, o problema é que quem detém a posse e controle do sistema para reinventá-lo, está, tentando salvar os velhos privilégios com reformas. E isso talvez não seja possível no tempo que possuem, como talvez não seja possível nem se tivessem todo o tempo do mundo. É difícil salvar a profissão de carteiro, quando você tem você inventa os e-mail.

Basta se perguntar onde vai dar esse mutirão internacional para encarcerar as lideranças políticas corruptas se ele não parar? Quem sobraria? O sistema não tem como se higienizar porque para se livrar de toda corrupção, teria que devorar-se por inteiro, como a cobra a comer seu próprio rabo até desaparecer. E ela não vai desaparecer.

Deter agentes políticos corruptos, é no mínimo um pleonasmo. A democracia representativa não está corrompida, ela é corrupta. E está derretendo não porque foi contaminada, mas porque suas entranhas estão abertas e expostas sangrando no chão. Ou parafraseando o estadista inglês- logo alguém que fala com a propriedade de quem tem muitos esqueletos no armário- a democracia dos regimes criminosos é só o menos ladrão e criminoso. Investigar os crimes dentro dos políticos governantes é sem sombra de dúvida um dos maiores avanço da humanidade, mas não sejamos ingênuos, por favor, isso é uma caixa de pandora. Se cavar fundo não vai parar nos chefes de Estados, mas quem literalmente os banca ambos- e ganha muito com isso. E aí, não tem prisão nem punição, tem anistia e leniência, senão a casa cai, principalmente se a banca não da província, mas das metrópoles.

Se num dado momento, os paladinos não se corromperem e fingirem que não estão vendo o que estão vendo, vai acabar com acabar com a própria noção da dominação do homem pelo homem, irão se defrontar com o monopólio legal da violência e expropriação, que não senão a licença legal para matar e roubar auto-outorgada por ladrões a si mesmo como reis.

De modo que ou a higienização da democracia se detém como querem os corruptos, ou levará esse falso regime popular a morte. E a pergunta que é : isso não é bom? Não, se não tivermos ciência disto e portanto que uma democracia mais direta precisa estar pronta para ocupar o lugar. Do contrário o que vai emergir é um regime ainda mais autoritário e oligárquico ainda que menos enrustido como liberal e democrático.

Há portanto dois caminhos distintos: Ou se reconcilia a democracia com os anseios populares despertos por uma nova revolução industrial da era da informação. Ou dobra-se a aposta nas tiranias de democracia, se invade o ambiente das redes de telecomunicação para impor a ditadura da vigilância e monopólio sobre o novo capital: a informação.

Não é preciso nem dizer que os estados e seus donos não estão titubeando em aderir a segunda estratégia. Andando na beira da navalha de um nova guerra global, com suas guerra cibernéticas, comerciais e híbridas, tentando reverter os efeitos colaterais da globalização com um neofeudalismo em rede, onde cada Estado-Nação é o seu território feudal e ninguém tasca. E quanto a outra alternativa a democracia direta, digital e popular? “Nunca!”. Não pela de livre e espontânea vontade dos atuais landlords. Enquanto a máquina não substituir completamente o homem, hão de haver servos, cada qual dentro do seu território a cumprir sua vocação na divisão internacional do capital e trabalho, ou seja, sustentar o ócio daqueles que parlamentam os destinos da polis, seja nas praças ou alcovas dos palácios.

A plebe pode até decidir, desde que eles decidam antes sobre o que ela pode decidir. Isto é toda a democracia que existira enquanto a principal desintegração do pensamento e logo existência humana persistir: a desintegração do pensar político e a econômico. Como se houvesse alguma possibilidade liberdade sem posses. E posses não sejam o poder sobre quem não tem posses. Igualdade de poderes não se faz por igualdade de posses, mas igualdade de liberdade que não uma mera relação, mas um uma propriedade tanto do seu corpo quanto dos meios absolutamente necessário para a mantê-lo vivo sem ter que se vender ou vender sua força a ninguém, seja ele uma pátria ou patrão fingindo ser o pai quando é o senhor.

Sim, há muito mais em jogo, na deposição e encarceramento da lideranças populistas do que sua pornográfica corrupção e falsidade ideológica. Há a sobrevivência de toda uma oligarquia transnacionais, nativas e gringas, tão ou mais bandida escondidas por trás da fachada de democracias liberais, uma cleptocracia tentando preservar a discrição não só sobre seus próprios crimes, alguns legais outros nem tanto, mas também alguns espantalhos um pouco mais discretos em seus escrúpulos precários para continuar cuidando dos seus rebanhos e fazendas de gentes.

Então corrupção e impunidade não são a raiz dos problema? Não, senhores, não são.

Depor e deter criminosos tiranos, tirar deles o poder, e o poder deles para não causar que usam para causar o mal, é parte fundamental mas não é toda. E se que acha perseguir e prender é a parte que falta erra feio. Repressão e encarceramento é enxugar gelo. Seu combate é pior que uma guerra perdida; é uma guerra sem fim, onde nunca matamos a matriz do problema, mas apenas seus vetores. E o que não mata, fortalece. Estamos combatendo criminosos, não o crime. Estamos lutando contra os tentáculos e cabeça de um corpo monstruoso, ao invés de enfrentar o espírito que o gera, alimenta e o faz renascer por mais cabeças que cortemos ou filhotes que queimemos emprenhando a própria sociedade.

Dizem que não é o Estado que deve vigiar a sociedade, mas a sociedade que deve vigiar o Estado. Mas assim como o avento do Estado não foi capaz de eliminar o crime e a violência no seio da sociedade, a sociedade não será capaz de eliminar o crime e a violência do Estado, até porque ao contrário da sociedade, a supremacia pela violência é sua gene e origem e não corrupção.

Todo libertário sabe que a solução não está no Estado. pois deveria saber que , logo, ela também não pode estar simplesmente na sua eliminação (ou redução). Afinal se nele não está a solução, certamente também nele não pode estar o problema nem muito menos a causa da qual o Estado é portanto mais uma das consequências não raro maléfica mas com certeza não sua origem.

Tudo que vale para o crime comum organizado, que vale também vale para o crime organizado legalizado, estatal ou enrustido no Estado. De tal que mesmo se higienizasse toda a máquina estatal, geradora de privilégios e desigualdade de poderes usados como armas por esses criminosos que são ou compram autoridades, ainda estaria lá, a disposição para os criminosos que entendem que o mais perfeito de todos os crimes é aquele que é cometido no poder que se eterniza não como governo, mas como justiça e legalidade. O poder que discrimina e marginaliza cidadão comuns perante prerrogativa de autoridades muito antes se tornarem marginais comuns ou donos da lei.

Não adianta eliminar nem o desposta, nem implodir o trono, que ele usa e se a agarra para cometer impunemente seus crimes, cometendo ainda mais crimes para se manter no trono, e mantendo-se no trono para cometer ainda mais crimes. Não. não, adianta, acabar como o Estado, nem com seus agentes, cargos ou instituições. Porque assim como não são os povos a criar os Estados; também não são os Estados a criar as sociedades. Mas são sociedades a criar os Estados. E as criam para administrar seus interesses tanto sobre suas terras quanto os povos que por sua vez são a base de sustentação de ambos: da sociedade e Estado.

Podem as burguesias prender e enforcar todos os tiranos e suas cortes corruptas do mundo. Podem até mesmo as plebes se levantarem contra tudo e todos, e enforcar até o último dos ladrões legalizados nas tripas do ultimo juiz inquisidor. Poderiam burguesia e plebe juntas novamente derrubar palácios, tronos, queimar cetros, togas, quarteis e bancos que ainda sim veríamos a história se repetir, e o mal renascer ainda mais forte e rejuvenescido de dentro do ventre destes que outrora lutaram contra seus antigos encarnadores.

E um dia que uma vanguarda eliminar todos os corruptos… no outro, começara a criar o regime a administrar de suas posses e interesses perante os demais. E essa administração se chamará governo, os demais povo e eles, a sociedade. Até porque as sociedades revolucionárias de ontem, são as conservadores de hoje. E não há vanguardas da esperança e progresso que não envelheça e morra como velha guarda, amargurada e reacionária. Minto, até há, mas em geral ela acaba assassinada jovem.

Não que o problema seja insolúvel ou esse mal invencível. Mas é que nada disso é a causa, e sim a consequência.

E isso não é uma defesa de lideranças populistas presas ou pior impopulares ainda soltas. Não advogo em favor de criminosos e seus crimes contra a pessoa humana e humanidade como se fossem a defesa dos direitos da pessoa humana e dos povos. Nem coloco em questão em hipótese alguma o direito a legitima defesa, seja de se levantar, enfrentar e deter criminosos nem tiranos, desde que sem decair por óbvio no mesmo crime e tirania, matando, ferindo inocentes. Para ser sincero, não só não dou a mínima para o status delas, e se fosse deixar o desprezo e ojeriza que tenho por quem usa gente como massa de manobra, bucha de canhão e escudo humano, estaria também pedindo a cabeça deles numa bandeja. Estaria gritando para que enforcassem o ultimo falso messias nas tripas do ultimo doutor da lei. Ou vice-versa, do último carrasco nas dos último tirano. Mas não sou um hipócrita, afinal sei que isso não é justiça. É vingança e medo. Medo do poder que ainda possuem. E vingança por todos os males que fizeram por ousarmos contrariar seus interesses.

Não é paz nem justiça, e por não sê-lo não funciona. O que denota um problema o do quanto são débeis nossas noções de ambas.

Dizem que prisão e punição exemplar são o melhor remédio pra tudo, tanto para corrigir os malfeitos e malfeitores quanto para prevenir mais malfeitos e malfeitores. Mas a prisão não freia, não intimida, não detém, não corrige a criminalidade nem dentro da prisão, nem fora dela. Não serve de punição ao prisioneiro, nem de exemplo para a sociedade. E o pior não produz justiça nenhuma na medida que não restitui nem compensação, nem o indivíduo nem a sociedade pelo dano. Não restitui o que foi perdido, nem quando pode, no caso quando a perda é material e o pior ainda por cima custa caro.

Se funcionasse ao invés de alimentar o controle de “pragas” que vendem, Estados Policiais-Prisionais já teriam extinguido o crime e a guerra há muito tempo, tanto lideres de organizações criminosas não formariam nem as comandariam suas quadrilhas das prisões, nem tiranos provincianos dos palácios dos governos. Nem um nem outro seriam bancados nem re-bancariam o crime e guerras, a pilhagem e extermínio dos seus próprios povos com o produto desses crimes. Até porque a natureza do mandante de um crime o comandante e chefe salvo erro ou capricho nunca usa das suas próprias mãos, mas sim das suas posses e poderes. Ou melhor das posses expropriadas dos outros como o poder contra eles mesmos.

No que concerne a segurança o importante crimes especialmente contra o patrimônio, e mais especial ainda é retirar do criminoso os meios que usam como armas para praticar seus atos, ou seja riqueza e cargos, ou o que é a mesma coisa se não for roubo de quem rouba, restituir a propriedade pilhada particular ou pública aos seus legítimos donos. E no que que a justiça e não a vingança mais importante do que encarcerar é recuperar e restituir o que foi roubado, assim como compensar os danos e prejuízos causados, e compensar financeiramente os danos. Pois, mesmo que tais compensação jamais cubram ou desfaçam completamente os prejuízos causados, não deixam por isso de ser devidas no máximo valor do possível. Isso é justiça, a justiça que interessa a quem foi roubado, o cidadão e sociedade. Porém não é a “justiça” de quem vive de monopolizar a pilhagem, o Estado.

Acabar com isso, é acabar com a contabilidade do seu monopólio multibilionário de pilhagem para a proteção contra as pilhagem. A guerra a criminalidade é o combate ao caixa 3, a corrupção do caixa 2, os dois caixas que sustentam a mair parte do caixa do 1 de um Estado-Nação sem potência para se manter permanente em guerra em algum outro território, bancando conflitos para ganhar traficando armas, de preferencia para os dois lados. Isso sem falar é claro de ganhos posteriores com a pilhagem dos escombros e dívidas para a reconstrução. Mas deixando a economia política dos impérios e voltando para a das províncias. De nada serve prender tiranos depois de velhos, quando preciso era depô-los e detê-los quando eram, estavam, e tinham o poder, os meios legais para cometer crimes. Preciso era deter o depor o criminoso estatal no ato para recuperar imediatamente todo o patrimônio roubado, que com certeza não ficou todo nem sequer a maior parte na mãos deles, mas sim de quem os comprou e ganhou com o prejuízo de todos. Mas isso é tudo o que não se quer, ao menos não a alta sociedade, nativa e global, que vive de socializar custos privados para capitalizar ganhos do que deveria ser público, um meio de vida por definição criminoso, mas devidamente legalizado.

Nisto seguro e seguradoras produzem mais justiça e segurança que o Estado e sua Justiça, aos segurados é claro. Primeiro porque restituem e compensam as perdas, na medida do possível. E como não querem fazer isso por que seu objetivo é não se descapitalizar, exigem procedimentos que reduzam os riscos das suas perdas, em um caso raro de confluência de interesses no capitalismo: onde a perda do cliente não é seu ganho, mas a perda de ambos. Evidente que se essas instituições de seguridade pertencessem aos próprios clientes como sócios, ou seja, fossem sociedades mutuais, não haveria confluência nas perdas, mas também nos ganhos e interesses, de modo que seriam muito mais capazes de produzir segurança e justiça do que o Estado, que iria a falência se fosse bem sucedido em eliminar a praga que é o seu “ganha pão”. Não sei quanto a você, mas eu prefiro pagar um Estado-seguridade que perde dinheiro com cada cliente morre ou é roubado, do que um Estado-policial que assim como as funerárias tem sua demanda e ganhos aumentada quanto mais pessoas morrem nas mãos do crime- desde que é claro sobrem sempre um bom número das que podem e são obrigadas pagar, das que vão morrer, e das que podem sem mortas, sem prejudicar os negócios. (Nota utópica: essa proposta de estado como seguradora social será trabalhada melhor em outro texto).

Então porque não matamos ao invés de prender? Fora o fato disso de não restituir nada e degenerar, o fato de ser a essência da perversão que gera e dissemina o que tentamos combater ou pelo menos deveríamos combater a saber: Esses ideias e juízos que existem uma categoria de ideologia diferente das demais que tem o direito de impor jurisdições e cultos a força, e que é sempre a nossa e nunca a do outro, evidente- o mal que move e racionaliza a prepotência dos sociopatas e estatopatias, como desprezo e pela vida e liberdade como recursos perante a adoração dos seus desejos, mitos e fantasias de posse e poder. Emfim, fora tudo isso que deveria bastar, temos ainda por cima suas consequências: Prender e matar, pessoas detidas e rendidas não importa qual a justificava que usamos, só faz abrir uma guerra para ver qual quadrilha irá ocupar o vácuo de poder e tomar cargo, o territórios e as posses. E assim mesmo que todos os membros, posses, produtos, fábricas e distribuidores fossem apreendidos ou eliminados, novas quadrilhas se formariam, pelo simples fato que tanto a demanda pelos seus produtos e serviços que permite que esses impérios se reconstruam permaneceriam quanto a mão-de-obra continua barata, carente e disponível para o aliciamento e reposição desde a mais terna idade.

Não é portanto uma questão de criticar o enfrentamento, deposição e detenção do crime comum ou de Estado, é uma critica na crença de que o carcere como punição é ser tanto a solução definitiva do velho problema, quanto a profilaxia.

Mas os corruptos e corrompedores, as quadrilha formadas entre a alta burguesia e os partidos políticos a se alternar no poder para manter esse governos submissos as oligarquias cleptocratas não seriam um problema? Evidente que são, e grave. Como é a miséria e ignorância ou nos termos usuais a falta de educação da população cuidadosamente plantada e cultivada para a colheita tanto de eleitores bovinos quanto mão-de-obra igualmente servil. Ambos são problemas gravíssimos, que levam a questão o que veio primeiro o ovo ou a serpente?

Dependendo da abordagem ideológica uns dirão que é a serpente outros que a serpente. Vou só levar em conta as lúcidas.

Os críticos das serpentes, dizem que a corrupção ao roubar não só prejudica a prestação de serviços públicos essenciais, como ao fazê-lo alimenta na população miséria e ignorância essenciais para manter a vende deles como a solução do problema que eles causam. Logo elimine as serpentes ou seus ninhos que a miséria que elas causam desaparece. Faz sentido, basta pensar em quais seriam os índices de desenvolvimento do Maranhão e até do Brasil se nunca tivesse existido ou fosse expurgada em definitivo a dinastia Sarney.

Os críticos do ovos, até concedem que eliminar serpentes ajuda, mas dizem que sem eliminar a miséria onde elas usam para se alimentar e reproduzir, novas serpentes nascerão, de dentro da miséria ou da própria da industria da sua exploração. Também faz sentido, afinal não corruptos não são serpentes, uma outra espécie de seres humanos, mas seres humanos e estão mais para uma especie canibal do que predadora de outras espécies, de modo que assim como Sarney, um dia foi um Lula nos anos 50 aos olhos da população, e Collor um caçador de Marajás, nada impede que se crie novas serpentes alimentando qualquer cobra, incluso quem aquelas que não estavam livres de vivar comida das velhas.

E então qual é a solução? As duas e nenhuma. Está faltado convenientemente um elemento nessa equação que quando a formula se coloca como mero observador e comentador, fora tanto da responsabilidade sobre o problema quanto da sua solução. A dita sociedade.

Alguns dirão que esse problema a miséria e ignorância da população, ou a corrupção e autoritarismo do governo, é o mesmo que dizer que somos tão impotentes quanto inocentes perante essa mal enquanto sociedade quanto inocentes. Mas não somos como sociedade nem tão inocentes quanto gostaríamos de acreditar e governos e seus donos gostariam que acreditássemos, nem tão impotentes quanto a preservação da nossa comodidade exige que sejamos.

Falta portanto um elemento nessa equação, sem a qual ela nunca será solucionada, ao menos não na prática. Falta a sociedade e seu papel tanto no problema presente quanto na solução futura. Claro que não a alta sociedade que compõe a corte do governamental dos privilegiados e subsidiados, mas a baixa feita dos ditos cidadão comuns. Pois nós que como sociedade civil nos levamos em tal alta conta como a fonte de todas possíveis futuras soluções da nação, ao menos as que passam longe das ditaduras e regimes autoritários, por lógica, somo obrigados a admitir que fazemos parte do problema senão como cúmplices a alta sociedade e o governo como omissos de nossos deveres e obrigações uns para com os outros como iguais em direitos e oportunidades.

Ou em outras palavras mais sinceras, inocente mesmo é a criança que morre com uma bala “perdida” de fome, ou falta de cuidados mais simples baratos e básicos. Nós que somos adultos e velhos, não podemos fingir que nascemos ontem, pois, ok, não somos nós a provocar tais crimes e desgraças, mas quem então senão nós pode fazer algo? O povo que está dentro do buraco? O governantes que os jogam dentro? Estamos a espera do quê? De um milagre? Rezando para que deus tire as pessoas do buraco? Que de asas que o povo vire anjo e saiam sozinhas? Ou iluminem políticos para deixarem de ser servo ou encarnação do capeta? Pois, bem até acredito em milagre, mas esse milagre vai ser se a sociedade, aquele estrato médio que se define justamente por não viver as custas de jogar ninguém em buracos, nem viver sair ou pelo menos tentando sobreviver dentro de um resolver usar da sua posição tanto para estender a mão ao povo que está no buraco, quando não estendê-la há governos e alta sociedade cujo negócio consiste basicamente em cavar e manter as pessoas dentro dele.

Talvez o mais antigo e até mesmo pré-história das noções libertárias, seja que Não há servos sem tiranos, nem escravos sem senhores. Mas não existe tal relação sem um classe média a intermediar esses polos extremos, que já teriam se livrado um do outro ou se matado faz tempo. As cartas magnas modernas dizem que o povo é soberano sobre Estado-Nação enquanto a sociedade que o constitui. Mas não só a sociedade não é soberana sobre o Estado-Nação como o povo sequer faz parte ou tem meios para fazer minimamente parte da sociedade, que dirá ser a fonte da soberania.

Se demandamos o empoderamento da sociedade e a diminuição ou mesmo abolição da desigualdade de poderes entre o cidadão comum e as classes governantes porque acreditamos que temos o direito soberano e o poder de fato para exigir o fim desses privilégios e a instituição de fato da igualdade desses direitos e deveres para todos, o que nos impede hoje de exercer essa soberania que temos direito e poder para fazê-lo? Ora ou somos ignorantes, alienados por não exercer a direito que temos poder e legitimidade para fazê-lo, ou somos cúmplices no mínimo por omissão de quem subtrai como roubo de privilégio de nós enquanto sociedade, mas ainda mais do povo como excluídos delas.

Estou expressando essas diferenças dentro da própria sociedade categoricamente por classes: povo, alta e baixa sociedade, mas tais diferenças se dão de fato em gradações de privilégios que se desfruta quanto mais alto e ao centro do poder, e das obrigações que são impostas por estes aos demais quanto mais abaixo e a margem, na periferia desses centros até o limite da completa exclusão e marginalização social. De modo que todos ou quase todos nos beneficiamos de certas vantagens e arcamos com certos custos para financiá-las, alguns mais outros menos, alguns só com custos outros só com privilégios. A diferença que estabelece essas diferentes de classes antes de pobreza e riqueza e pobreza, poder e alienação é uma contabilidade de privilégios que produz tais desigualdades que antes de tudo são de chances e oportunidades. Se nos extremos, entre o povo, e as classes governantes essa distancia de riqueza e poder é explicita e gritante, no meio, na sociedade ela não só é mais cinza, como há quem possuas e construa suas poucas posses até menos riquezas sem necessariamente se prestar a explorar a pobreza ou servir a tiranos como corte, como gente que se presta e serve mas ainda não chegou lá. De modo que alta sociedade, é a corte que vive dos favores do Estado seja vendendo sua vassalagem ou comprando a dos governantes e suas leis. Enquanto a sociedade a baixa sociedade, ou a sociedade propriamente dita é aquela que está fora desse arranjo que compõe a classe governamental dentro e fora do aparelho estatal com alta sociedade.

Logo quando me refiro a sociedade não estou falando daquela parcela da população que mesmo não governante pode comprar governos, governantes, leis e legisladores, advogados e as melhores sentenças quando menos sutilmente os próprios tribunais, embora necessário não sejam já que são indicados por seus governantes. Me refiro aquela parcela da sociedade que está excluída de todos esses privilégios, mas ainda possui o mínimo de dignidade de poderem ou não se vender a essa gente por ambição e não por que necessidade. Estou falando da baixa sociedade, que pertencemos quando estarmos suficientemente alimentados, funcionalmente alfabetizados para ler (e entender) o que está escrito por exemplo exatamente agora nessas linhas, e embora não tenhamos todo tempo e dinheiro do mundo para fazer tudo o que queremos nem comprar quem faça, temos posses, liberdades para termos algum tempo livre para nós. Nós portanto que nos consideramos cidadão, pessoas livres porque possuímos o mínimo de liberdades e propriedades para manter o mínimo de dignidade humana se não o suficiente para nos livrar de patrões e governantes bandidos ao menos o suficiente para não ter servi-los ou elegê-los em troca do pão ou sua promessa.

Porque o povo se define justamente por essa dupla negação: não é livre para governar, nem para dizer não a quem quer governá-la. Não tem posses e poderes para mandar, nem posses e poderes, nem renda, para mandar a puta que os pariu quem tentar comprá-los ou usá-los para se prestar a serviços que não quer fazer. E se você tem posses e renda e se sente assim, sente que é obrigado a fazer coisas que jamais faria se pudesse dizer não para quem paga você para você pagar as suas contas, possivelmente de uma empresa da qual ele também é sócio. É porque você está na linha na campo de intersecção entre da condição do povo e sociedade, a dita baixa sociedade. Não está completamente rendido ao ponto de aceitar qualquer emprego ou capacitação inclusive ilegal na falta de outro, mas também não tem capital para trabalhar no que bem entender, a começar para si próprio, ou gratuitamente para quem você gostaria, mas não pode pagar.

Dizem que riqueza é poder, porque com riqueza você não só pode comprar empregados, mas governantes. Mas isso não é riqueza. Isso é roubo e corrupção. Porque há duas formas de acumular posses, uma é produzindo outra é pilhando quem produz. A primeira produz riqueza, mas não necessariamente poder nem servidão. A segunda ao contrário não só não produz nada, como ao constituir a posse de A pela privação de B, produz não só empobrecimento, mas poder servidão, na exata medida que o monopólio de A se constitui na privação dos recursos vitais expropriados de B. De modo que as liberdades fundamentais aquelas que precisam ser universalmente garantidas não se tratam de posses para as pessoas fazerem tudo que querem ou poderiam, mas sim daquelas posses que não podem faltar a ninguém como meios justamente para não serem obrigadas a fazer o que não querem, ou não deveria para poderem ganhar seu sustento.

Assim dos roubo, o mais bem organizado não é o que pilha as escondidas, mas sim as claras, de preferencia legalmente, expropriando e monopolizando os bens comuns as posses que as pessoas precisam minimamente para vender tanto a sobrevivência aos expropriados quanto títulos de posse que dão direito a expropriação, em troca nos dois casos da mesma servidão política e econômica, tributos e vassalagem, um como plebe outro como corte. E de todos os roubos e golpes sustentados por falsificações da realidade ou falsidade ideológica na história da humanidade, nenhum supera a própria desintegração do social, em esferas distintas da políticas e econômica. Como se existisse algum posse de fato sobre aquilo que não se tem poder, ou poder sobre qualquer coisa que não se tem a posse de fato. Dai o patético dessa fantasia onde temos direito a muita coisa, mas não podemos fazer nada porque não temos como. Enquanto não se deveria fazer muita coisa mas se faz de qualquer forma, mesmo sem ter direito, simplesmente porque se possui como. Direito e deveres legítimos no papel, mas cheios obrigações e privilégios indevidos na prática. Porque poder, liberdade, direitos políticos sem materialidade, direitos e poderes sem controle das posses ou sequer sem posses é isso uma ficção para plebe famintas não só por direitos, empoderamento e propriedades como privilégios, mas bens comuns e liberdades fundamentais.

Gostaríamos de crer que a corrupção gera a pobreza, ignorância e alienação, assim como ciclicamente a pobreza gera retroalimenta a demagogia, tirania e corrupção. Como membros da sociedade gostaríamos de crer que o problema de nossa terra é a crime, corrupção e ignorância tanto dos que nos governam quanto da população muitas vezes de radicais que os seguem a esquerda e direita sempre buscando tomar o centro do poder. Como pessoas que se consideram plenamente cidadãos, queremos crer que o problema se resume no roubo e tirania que alimenta a miséria material e cultural da população carente. Como pessoas que se consideram livres e esclarecidas queremos crer é fabrica de pobreza da corrupção que sustenta todo esse sistema injusto, criminoso que mantém nossa nação miserável e retrograda. Mas por lógica se não somos alienados nem alienadores, nem somos marginais nem estrangeiros ou degradados no nosso próprio pais, onde como cidadãos estamos nessa história, qual é nosso papel desse sistema?

Pagar impostos? E desde quando pagar ou não pagar impostos resolve o problema se tudo que é pago vai para um saco sem fundo de burocracia e corrupção, onde está a solução? Há quem pague, impostos como quem lavas-mãos. “Eu fiz minha parte, agora a responsabilidade é deles…”. Onde isso leva? Ou melhor onde pretendemos chegar pensando assim? A culpa e a desculpa são apenas a outra face do punitivismo e impunidade que não leva a lugar nenhum. Não é uma questão de se livrar de culpa, arrumar desculpas, ou punir culpados, é uma questão de resolver o problema. Se uma escola está pegando fogo, não cruzamos os braços porque pagamos nossos impostos, porque não fomos nós que roubamos o dinheiro, ou não usamos direito. Simplesmente não cruzamos os braços, trabalhamos e pagamos o quanto for preciso para acabar com incêndio e claro se livrar tanto dos incendiários quanto quem deveria apagar o fogo e não o fez, nem está disposto a fazer.

Certo seria se pudéssemos pagar de pagar o ladrão e pegar esse recurso que se perde na pilhagem e redistribui-lo a quem carece para que ele pudesse ele mesmo como nós definir o que precisa ou não que se produza e que pessoas possam ganhar a vida atendendo essa demanda, e não vendendo promessas de fazê-lo e cobrando de terceiros por isso. Mas, se não temos como nos livrar deles tão pouco somos obrigados a nos render ou juntar a eles. Podemos e devemos assumir a nossa responsabilidade diretamente de pessoas para pessoa se quisermos um dia se livrar dos atravessadores.

O quanto podemos fazer ou não é uma outra história? A grande questão é se nossa sociedade está disposta a sair da cultura da esperança na salvação e salvadores, e da reclamação aos papas e bispos, para tomar as rédeas do desenvolvimento, produção e distribuição dos bens e serviços que interessam a sociedade, os sociais. Senão por sentimento solidariedade, enfim por inteligência solidária. Porque sinto muito, não adiana colocar a culpa em governos populistas, tiranos, corruptos bandidos e demagogos, nem muito menos na ignorância, passividade e subserviência do nosso povo miserável quando o negócio dos primeiros é a sina dos demais.

O populismo e corrupção, a crendice, a criminalidade, estadismo não crescem só na miséria e sua cultura. Crescem antes de tudo da insolidariedade de quem fazendo da sociedade que prefere ser cooptada a esquerda ou direita dos projetos de poder, do que ajudar o povo a sair da privação primitiva que sustenta todo esse ciclo vicioso da industria do empobrecimento demagogia, corrupção e autoritarismo. Não, não é a miséria nem a corrupção o fator determinante dessa condição, nem portanto só o combate de uma ou outra, a solução da equação. É preciso a resolução simultânea de ambas, através portanto do único campo que se é a solução possível, também é o problema persistente. Não porque seja a vítima ou algo, mas porque é a quem poderia fazer algo e não faz. Se é na omissão da sociedade e falta de solidariedade e responsabilidade social, que cresce e se reproduz a miséria e sua exploração politica-econômica, também é na solidariedade e responsabilidade social como livre iniciativa a solução, senão toda que falta, todo que nos falta e cabe como sociedade.

Há também a hipótese de continuarmos pagando imposto votando e reclamando por mais educação saúde etc… para toda população. Acreditando, esperando, assistindo e literalmente pagando para ver. A outra é fazendo, quer o poder que monopoliza a produção dos serviços públicos e sociais gostem ou não, quer eles permitam ou não.

A chave da dominação está na divisão não só da sociedade em esquerda e direita, mas da desintegração da população em povo e sociedade, através do monopólio não só sobre o bem comum, mas sobre a produção dos bens e serviços públicos e sociais. Evidentemente porcamente executados, do contrário produziriam justamente o empoderamento o pior dos levantes da população para quem vive de explorar a pobreza, o levante produtivo da independência econômica.

Só é impotente a sociedade desprovida de solidariedade. Querem se livrar dos perigos populistas, radicais? Então cortem o mal pela raiz. Façam o que precisa ser feito, para que ninguém venda e compre a lealdade e fidelidade forme exércitos de fanáticos e alienados com tão pouco. Uma subsistência com o mínimo de dignidade, justiça como equidade e não como vingança e punição.

Nunca existirá uma democracia enquanto aqueles que possuem tempo livre, que desfrutam do ócio, para tratar dos seus negócios e dos negócios da polis, o fizerem montado nas costas de servos, escravos, trabalhadores, que sustentem isso. Ou o que é a mesma coisa, nunca haverá democracia enquanto a base que sustenta econômica a política não desfrutar senão do mesmas chances de poder decidir e participar da polís, da mínima como ócio que permite aquele que não precisa se preocupar só com sua subsistência ou seus negócios particulares para se preocupar com o bem comum e a coisa pública.

Nunca existirá justiça enquanto acreditarmos que a liberdade é um mera propriedade ou produto das relações sociais e pessoais, seja como idéia abstração, ou condição material. A liberdade não é uma operação lógica e mental como a igualdade, é uma força elementar constituinte do fenômeno da vida, que permanece em nós enquanto livre arbítrio ou livre vontade mesmo quando estamos complementa isolado de tudo e todos. Porque o que chamamos de tudo e todos, cada elemento e seus nexos e conexões é produto dessa propriedade mais fundamental que o próprio corpo que a manifesta no plano percepto-material: a sua essência, sua liber, nossa Liberdade. Um fenômeno que morre junto com a vida toda vez que ao cruzarmos com uma outra pessoa ou ser dotado de anima não conseguimos mas estabelecer uma relação de co-paixão, não conseguimos mais enxergar e sentir a nossa anima refletida no espelho do outro. Não é a liberdade que morre, somos nós que morremos a cada relação de poder que se estabelece no lugar da solidariedade que não é o amor pelo outro, mas o amor pelo força criadora de tudo e apesar de tudo somos e ainda podemos ser.

Sei que fora um gato pingado aqui e outro acolá, estou falando com paredes. Não existe sociedade no Brasil. Existe os amigos dos amigos a classe média e o resto. Em culturas onde até a solidariedade é monopólio de alguma doutrina a cobrar contribuição por isso, justiça equitativa e responsabilidade que não é uma obrigação é algo tão incompreensível a nossa “sociedade” quanto o monólito alienígena de 2001 uma Odisseia no Espaço.

Não? Pois então responda a você mesmo, quanto você está disposto a contribuir desigualmente com mais para que os desiguais com menos tenham acesso a chances e direitos mais iguais?

Em breve estaremos a ver gente pregando a eugenia positiva sem a menor vergonha e sem nem sequer saber o que estamos pregando. E não tribunal e punição exemplar capaz de impedir isso… de novo.

--

--

Marcus Brancaglione

X-Textos: Não recomendado para menores de idade e adultos com baixa tolerância a contrariedade, críticas e decepções de expectativas. Contém spoilers da vida.