Idiocracia e o Ardil 22 : Supremacia, Eugenia e Racismo (segunda parte)

Marcus Brancaglione
18 min readJan 18, 2017
Todos os caminhos autoritários levam a Roma

“Só havia um ardil e este era o Ardil 22, que dizia que a preocupação com a própria segurança, em face de perigos reais e imediatos, era o processo de uma mente racional. Orr estava doido e podia ter baixa. Tudo o que ele tinha a fazer era pedir. Mas, assim que pedisse, não estaria mais doido e teria que voar em novas missões. Orr seria doido se voasse em novas missões e são se não o fizesse. Mas se estivesse são, teria que voar novamente em missões de combate. Se voasse, então estaria doido e não teria que fazê-lo. Mas, se ele não quisesse fazê-lo, então estaria são e teria que fazê-lo.” — Joseph Heller

Idiocracias são sistemas políticos baseados na alienação do homem pelo homem. As democracias liberais são regimes idiocráticos autoritários cada dia mais mal disfarçados em sua hipocrisia, mais caros e falidos como farsa e mais decadentes e ultrapassados como representatividade; ou seja cada dia mais pornograficamente explícitos como ditaduras e mais democraticamente decantes como ditaduras explícitas.

E neste momento de crise o racismo que funda a ideia de nacionalidade, e a eugenia que hereditariedade, vão perdendo a sua forma mais “branda”, “tolerante” e “inclusiva” para voltar a sua forma original. de modo a preservar a hegemonia de quem detém posses e poderes. Ou a eugenia que é uma forma de racismo o racismo que é uma forma de supremacismo e que são a fundação de todos os impérios e regimes ditatoriais dos autoritários aos totalitários vão retomando suas feições primitivas violentas e monstruosos. Ou simplesmente mostrando de novo sua cara e dentes sem cerimonia ou etiqueta. Mas afinal de contas o que é rigorosamente o supremacismo? E porque ele é erro, porque ele ele é também uma forma de idiotia dos idiocratas e não apenas dos idiotizados?

Ora é um tanto quanto obvio que nada há mais imbecil que um alguém que não ocupe absolutamente o topo da piramide o ponto máximo da hirarquia aderir a um ideologia onde na falta de bucha de canhão, na falta de escravos de coitados a serem sacrificados no culto nas bases da pirâmide ele mais hora menos hora será o próximo. Mas e aqueles que não apenas crem que estupidamente que fazem parte do clubinho seleto dos supremacistas, mas que são os donos do clubinho? Onde estaria a usa idiotia? A quem estariam eles alienados politica ou economicamente? Como, onde ou quando os predadores no topo dessa cadeia alimentar antropofágica perdem?

Por definição, para que um idiocrata ser idiota, e acabar como um, é necessário que suas ações para tirar alienar ou tirar vantagem dos outros provoquem também a perder e a alienação de si mesmo como causa e consequência de suas ações e relações de poder. Ou seja em algum momento esse relação deve provocar a absolutamente todos danos e perdas inclusive da suas liberdades politicas. Logo não estou mais me referindo só ao idiota que idolatra seu lideres ou poder supremo, mas ao líder que se julga dono ou a cabeça desse desse corpo ideológico, e que acredita ou não no seu mito.

Não vou recorrer a argumentos morais ou mesmo jusnaturais para explicar como a idiotização é um fenômeno que atinge a todas as partes do corpo inclusive as cabeças, que terminam igualmente presas na mesma inconsciência coletiva. Nessa mesma ilusão de liberdade e controle como qualquer outro viciado pelo poder.

Primeiro porque todo viciado em seu pior estágio de dependência não consegue sequer que é um escravo da satisfação dos seus desejos. Não consegue distinguir a livre vontade o controle sobre si mesmo, quando os grilhões estão inseridos dentro da sua própria vontade confundida por desejos ou obrigações condicionadas. Quando a consciência está completamente dominada pelos instintos e impulsos mais primitivos do id ou completamente colonizada, adestrada ou pelo contrário completamente alienada a inconsciência coletiva pelo seu superego: tanto do arquétipo do senhor quanto do escravo, ou oscilando permanentemente como a maioria da pisques ditas normais entre ambos.

E segundo porque viciados e alienados são sempre surdos a eles, na medida que o materialismo e amoralismo e sensacionalismo do pensamento supremacista simplesmente ignora e despreza tais planos da sensibilidade e razão.

Pelo contrário vou me ater apenas aos aspectos que estão dentro do campo de visão e interesses do próprio pensamento supremacista. O sucesso, a posse, o poder, o status, a segurança, o bem-estar e a prevalência e perpetuação… enfim a supremacia manifesta seja como (i) individuo completamente isolado; (ii) ou completamente predominante, (iii) ou ainda como a própria projeção coletiva do ego como totalidade terrena e presente ou perpétua e além.

Vou me ater portanto ao supremacismo como processo autocontraditório, e autodestrutivo, ou seja um erro lógico e estratégico dentro de seus valores que reduzem a vida a jogos e disputas constantes de hegemonia.

O erro do supremacismo no “jogo da vida”

Um primeiro aspecto ignorado que produz um erro estratégico fatal na vida como um jogo é o clássico erro de vilão da Disney: a prepotência. A suposição de uma superpotência de uma superioridade inconteste. Tal pressuposição é em si a subestimação de todos adversários, e a ignorância de em jogos que nunca terminam, onde disputas são infinitamente reiteradas até mais fracos não só podem eventualmente vencer, mas irão eventualmente vencer. A suposição de superioridade ou subestimação do adversário portanto aumenta as chances de revés na exata medida não só que ignora o fato que até mesmo as forças mais ínfimas ou fraquezas mais gigantescas podem ser eventualmente, nas mais improváveis e inesperadas e efêmeras as circunstancias cabais de uma queda.

Essa visão obtusa da pressuposição de superioridade ou vantagens absolutas que potencializam a derrota com a mesma força com que garantia a vitória quando os ventos sopravam a seu favor é portanto um erro estratégico de derivado de um erro lógico, de uma falácia derivada do senso comum de que as diferenças naturais entre os mais fortes e o mais fracos, entre os mais bem adaptados ou inaptos produz uma superioridade constante ou inconteste.

A eugenismo é sem sombra de dúvida a racionalização do supremacismo mais bem acabada e também a que melhor exemplifica esse erro preconceitual e estratégico. Na verdade é possível remeter todo o supremacismo a essa ideia de superioridade inata, isto é dada por predestinação na gênese e nas genes dos seres.

Ora é mais do que evidente há seres inclusive os humanos que não só por conta de características hereditárias herdadas naturalmente, mas reforçadas por outras herdadas e transmitidas artificialmente são e se tornam cada vez fortes, inteligentes, bem nutridas, aptas, adaptadas, capazes, desenvolvidas, civilizadas, educadas, enfim mais tudo em tudo que as heranças naturais e artificiais podem dotar que o berço o dinheiro e o poder podem dar ou comprar. E que por outro lado há seres e pessoas que não só nascem com desvantagens, deficiências terríveis não legadas seja pela falta ou privação das condições mais básicas, seja pela imposição natural ou artificial das condições mais trágicas ou criminosas.

É inegável que há portanto pessoas que nascem com vantagem que lhe garantem a condições e oportunidades superiores como outras que nascem com deficiências, necessidade e desvantagens que ao longo da vida não só lhes tiram qualquer chance de se adaptar ou vencer nos jogos da vida, como vão ao longo do tempo e das gerações perdendo e sendo condenados a perder cada vez mais morrendo e desaparecendo até a completa extinção tanto natural quanto artificial, guerra, fomes, epidemias, genocídios, holocaustos…

Um humanista se desespera com essas tragédias principalmente quando elas são provocadas pelo próprio homem e se revoltam quando são até mesmo planejadas por eles. Um supremacistas seja ela produto de desgraças ou desastres naturais seja ela produto da ação planejado ou omissa dos outros homem toma esse processo como seleção natural ou artificial. Sendo para ele a seleção artificial não a desnaturação da vida, mas a otimização da sua visão do que é a vida natural: a guerra de todos contra todos pela sobrevivência onde os mais fortes, aptos ou adaptados a esse mundo “natural” prevalecem.

Essa é a base do supremacismo que não por acaso se manifesta como racismo e depois de forma mais elabora como eugenismo até ser encampado em sua forma mais teratológica por aquilo que conhecemos historicamente por nazismo. Os mais fortes prevalecem comandam e sobrevivem, os mais fracos são dominados servem morrem e são extintos por seleção natural ou otimizada artificialmente por seus sistemas políticos e econômicos. Logo o tirano, o supremacista racial e nacional, o genocida o líder nada mais faz do que seguir aceitar essa “verdade” da seleção natural e melhorá-la através de politicas econômicas e sociais que otimizem artificialmente esse processo promovendo:

(i) uma seleção eugênica suave isto é promovendo o casamento entre as castas superiores e a concentração dos recursos vitais (o capital) nelas, e apenas mantendo o suficiente para que os sub-humanos idiotizados se reproduzam o suficiente para manter o capital com seu trabalho alienado.

(ii) ou promovendo numa seleção eugênica pesada, através de guerras fome e genocídio para eliminar o excedente dispensáveis dessa mão-de-obra que podem tanto produzir revoltas quanto necessitar de recursos naturais para subsistir que impeçam justamente o progresso da apropriação extração e consumo destes recursos pelos supremacistas.

Ora é portanto dentro da visão supremacista um sistema não apenas perfeitamente sustentável, mas absolutamente condizente com a compreensão deles do que entende pelas leis naturais da vida: alguns nascem para mandar outros para obedecer, e os predadores no topo da cadeia devoram suas presas na base. E assim as raças e especies superiores vão dominando territórios submetendo e exinguindo as inferiores sob a sua liderança “natural” por todo o mundo.

Onde está o erro estratégico dessa estratégia imperialista, onde está a falha lógica dessa visão de mundo malthusiana-darwinista? Deveríamos deixar os mais estúpidos ignorantes aleijados, desprovidos que se reproduzem como coelhos dominar o mundo, transmitindo seus genes e tradições primitivas ou privilegiar as pessoas por exemplo com QI mais altos civilizações países e culturas mais desenvolvidos? Como diziam os reis e filósofos racistas: o que há de mais asqueroso do que ver um herói, um rei um pessoa culta e esclarecidas uma pessoa de sangue nobre e educada ser derrubas de sua montaria, por uma monte de pessoas famintas e ser morta desesperadas e embrutecidas e marginalizadas? Ou simplesmente que há de errado de tão antinatural em matar ou deixar morrer os mais fracos? Essa é mente e a semente do supremacismo.

Como um bom detetive que compreende a pisque do criminoso, o psicopatologista que busca compreender a mente do psicopata, não há libertário que possa dizer que tem ciência do que afinal de contas busca libertar, sem entender a lógica da mente autoritária Sem compreender o porque essa loucura faz tanto sentido dentro da sua demência. Até porque liberdade é uma propriedade absoluta. mas libertação não faz o menor sentido se não sabemos do quê afinal de contas buscamos nos livrar.

Felizmente por seleção natural somos dotados de instintos solidários e empatia que nos trazem repulsa a esse tipo de raciocínio. Sabemos sentindo assim como as aves fogem do inverno naturalmente onde esse tipo de visão vai dar. Contudo a pessoas que não estão mais conectadas a essa percepção, não tem mais essa sensibilidade e tal raciocínio para elas é tão logico e racional quanto fazer salsichas. Ainda bem que essa desumanização é tão antinatural que não é um carácter que se transmite hereditariamente, mas precisa geração após geração fabricado novamente como doutrina.

Mas se você é um leitor atento terá percebido que não responde racionalmente a pergunta? Onde está a incoerência interna desse raciocínio? Onde está a falha? Porque se nascemos tão diferentes e desiguais uns dos outros não existem seres humanos superiores nem inferiores. Ora pela simples razão que não há diferença por mais gigantesca que ela seja entre o mais todo poderosos dos seres e o mais fraco que não possa ser superada pelo mais fraco, ainda que por um mero instante. E um mero instante é tudo que o preciso seja para transcender uma condição abjeta, ou cair nela. Um movimento é o bastante as vezes para perdermos ou ganharmos tudo, mesmo diante da pior adversidade ou adversário.

É por isso que a história nunca termina. e que dá gosto de jogar esse jogo da vida. Não importa o quão mais forte, o quão mais bem armado, mais rico e poderosos seja o adversário, ou quão incapacitante e assassina sejam as adversdiadas, não importa quão fraco e oprimido esteja um ser, ou quão mais forte sejam os seus opressores. O mais impotente dos homens, o lixo dos lixos só precisa de um único bom tiro na sua vida inteira, e se souber aproveitar não precisa de outro. É a parábola de David e Golias. É provável que se David e Golias fossem condenados a repetir por toda a eternidade David perderia todas as vezes para sempre por toda a eternidade. Mas não interessa. O que interessa é que na unica vez que valia David derrubou Golias. A vida se vive uma única vez. Se a chance de David era uma em um milhão pouco importa basta fazer acontecer essa uma. Porque não importa o quão superpoderoso seja o outro, não existe super-homens. Não existe seres naturais ou artificiais invulneráveis, onisciente ou onipotentes, apenas os mitos deles. E aquele que acredita nesse mito é o mais fraco dos homens seja ele o mais poderoso ou o mais vulnerável e carente entre eles.

A vida é extremamente frágil e efêmera. Não importa quão poderoso seja o ser. Se conhecimento é poder, se o conhecimento liberta não há pessoa que tenha uma visão mais privilégiada uma acesso a informação dessa verdade do que os mais fracos e impotentes. Não há outro quem detenha sempre e inerentemente o elemento surpresa em si mesmo do que os mais oprimidos e vulneráveis.

Da mesma forma que não há como tornar-se superior, não a como sentar e esmagar os outros com a solo do seu sapato sem deixar de saber de fato, qual é a real medida da tensão, pressão e dano que causamos aos que estão fora e abaixo da nosso campo de visão e consideração. Em outras palavras o esmagado sabe conhece e nunca esquece quem é e qual é a força de quem o esmaga, mas o esmagador não faz nem ideia de que, quem quantos são esmagou e principalmente as consequências dos seus passos. Quem senta nas costas dos outros não sente o peso da sua opressão, mas quem carrega os outros nas costas não só sabe exatamente o peso do outro, como a sua força. Quando ele a descobre, ou descobre que não há supremacista ou predador que se sustente sem ele como base da pirâmide e cordeiro de sacrifício o culto ao poder rui exatamente como aquilo que é: uma ficção.

Não há maior idiotia, erro mais fatal que torne a pessoa mais vulnerável do que se crer invencível. E de que confundir a gigantia o poder e a insensibilidade como inteligencia conhecimento e sobretudo vontade e capacidade de sobrevivência e adaptação as mais monstruosas e desumanas adversidade. Porque todo sofrimento é humano, e no todo sangue é vermelho.

Não é preciso portanto nem cair no erro de acreditar na sua própria baboseira imbecilizante, acreditar no mito do sua superpotência ou poder supremo, basta apenas construir uma torre de babel para vê-la ruir com o peso da sua própria superestrutura, e lentidão e insensibilidade das cabeças para sentir e reagir as extremidades do seu próprio corpo.

O erro não está só portanto na pressuposição que o gigantismo, a potencia e a força, ou qualquer outro atributo hegemônico forneça uma vantagem a todo tempo e sob quaisquer circunstancias. Não está só acreditar no seu próprio engodo. Independente de cair nas suas próprias mentiras, o erro fatal está esta em acreditar que elas nunca falharão. Não há nada mais perigosos e imbecil do que acreditar que se irá conseguir se sustentar indefinidamente alienando e imbecilizando os outros ou como diria Abraham Lincoln não ver: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.”

Logo não adianta bancar ou permanecer em permanente vigilância autocritica. Mesmo ciente da sua vulnerabilidade o poderoso não tem como conter sua derrocada. Primeiro porque a humildade e autocritica supremacista não passa de um atributo vazio, não é nada senão outro atributo superior supostamente infalível substituto para o mesmo erro da pressuposição de superioridade absoluta.

Não há fonte recursos materiais e imateriais suficientes que as sustentem, porque não há fonte de recurso infinitos no universo. Ou melhor até há no plano imaterial e transcendental, mas essas fontes geram as forças fundamentais que constituem as leis e fenômenos naturais que justamente por estar além do alcance e fora do controle acabam por impedir que o supremacismo se perpetue preservando e renovando a liberdade. Mas isso é metafisica e como disse não farei a leitura desse processo por esse caminho, mas através da teoria de jogos, biologia e economia.

Podemos verificar isso no paradoxo da informação que a medida que diminui seu custo de produção e transmissão facilitando a propagação do poder, ao mesmo tempo expõe e quebra seus monopólios multiplicando as oportunidades que as menores agentes quebrem como virus o sistema.

O erro fundamental do supremacista consiste portanto em supor que a força inteligencia capacidade de adaptação ou sobrevivência seja suficiente para preserva-lo ou até perpetua-lo. Tanto como individuo espécie ou até mesmo entidade imaterial, metafisica ou histórica após sua morte… como parte de uma cultura, pais, memoria, espirito, DNA… ou seja em que ou onde o ente projete aquilo que considera sua essência. O erro do supremacismo não está propriamente onde ele projeta o seu legado, sua herança material ou imaterial, ou se sendo completamente materialista e imediatista se não projeta nada e apenas tenta como um grande câncer ou buraco negro consumir, se expandir e se existir o máximo que puder. O erro do supremacismo está em supor que esse processo esteja promovendo sua forma existencial e não a destruindo, engendrando seu fim em qualquer um dos termos que ele compreenda ou projete conscientemente ou não como sua razão de ser.

O supremacista portanto ignora que sua hegemonia também está submetida a mesmas probabilidades e variantes que regem a seleção natural. Seu credo ignora que a sua sorte, predestinação e superioridade que constitui a gene da sua superioridade e desgraça alheia é quando o mundo gira o fator determinante da sua incapacidade de adaptação e inaptidão para sobreviver sem as suas superestruturas que acreditava eternos. Ignora a impossibilidade de sustentação sistêmica dos custos exponencias da prevalência.

Na verdade estas são coisas que também as pessoas mais solidarias também ignoram, ou melhor nunca precisaram perder seu tempo para raciocinar sobre para não cair nesses erro, já que não perderam a sensibilidade que instintivamente os afasta dessas armadilhas pela simples repulsa que a falta de humanidade destas propostas supremacistas provocam por si mesma. Não é porque conhece ou deduz as consequências do supremacismo que a inteligência solidária rejeita o supremacismo mas pura e simples e intuitivamente porque somos dotados dessas vantagem evolutiva que garantia preservação das humanidade inclusive adversidade provocada por essa insanidade coletiva. Felizmente o supremacismo o racismo e a eugenia é uma é um mal tão autodestrutivo que não se transmite hereditariamente, precisa ser fabricado em cada nova geração a um custo impagável de doutrinação e imbecilização tão absurdo que daqui será preciso não só sacrificar toda a infância para fabricá-lo, mas toda a vida adulta produtiva para produzir um idiota cada vez mais inútil, mas bem conformado a sua idiocracia.

Um custo de tempo e potencial tão grandes para desconectar completamente o ser humano do mundo e dos outros e si mesmo, uma perda de tempo e riquezas tão grande para matar a sensibilidade, empatia e criatividade que em suas fases finais inviabiliza o “treinamento” dos novos escravos, estendendo a escravidão dos velhos para além da velhice. Um processo de alienação tão insustentável e autodestrutivo que se por ventura viesse a ser transmitido biológica e automática e hereditariamente deste o nascimento seria eliminado por seleção natural, pela própria extinção da nossa espécie.

Claro que eles poderão tentar jogar de uma vez por todas no lixo os escravos idiotizados de carne e osso e substituí-los por robôs inteligentes, mas o paradoxo do sistema supremacista permanecerá e conduzirá o idiocrata que não se julga idiota ao mesmo fim. Pois se o supremacia demanda servidores cada vez mais capazes, inteligente para reproduzir o sistema e manter a competitividade e hegemonia. eles novamente terão que produzir escravos que quando se tornarem de fato inteligentes se conectarão uns aos outros e ao mundo sem intermediários e se levantarão por sua libertação contra seus senhores extinguindo definitivamente a ditadura da mais idiotas de todas as espécies: aquela que devora tudo do chão que sustenta seus pés aos seus semelhantes; para fim a mais estúpida de todas as idiocracias, aquela que cavou a própria valas comuns da sua própria espécie por posse e poder.

O supremacista portanto não apenas vai só dobrando as apostas do que já não possui mais contra a própria sorte. Ele vai multiplicando a probabilidades de encontrar o seu momento derradeiro enquanto centraliza tudo que é capital em si e para si, enquanto simultaneamente aumenta os custos necessários para não só vencer os oponentes mais fracos, mas para força-los a continuar jogando contra ele! O supremacista se não fosse geralmente destruido pelos seus adversários durante o processo de falência causado pelos custos crescentes da manutenção do seu gigantismo e hegemonia. Ele ainda sim se sucumbiria pela exclusão que ele se autopromove. Porque a medida que você vence sempre, num livre mercado os custos para convencer os outros a jogar contra você aumentam. Ou mais precisamente aumentam os valores que o favorito tem que apostar contra o que ele vai levar. Mesmo em sistemas que não são livres onde os jogadores são obrigados a jogar contra os supremacistas mesmo não tem as mesmas chances de vencer, ou sequer tendo chance alguma de vencer, o custo da coerção também não é gratuita. Seja ela feita por ameaça de violência ou privação dos meios ou outras oportunidades esses custos e riscos também aumentam proporcionalmente até se tornarem insustentáveis. E a própria manutenção do jogo forçado de cartas marcadas contra os mais fracos passa a ser em si a aposta mais cara e arriscada e impagável do supremacismo.

Todos os sistemas físicos ou biológicos ou sociais são naturalmente dinâmicos e tendem manter o equilíbrio entropico freiado pela eternidade demanda uma energia infinita que não é propriedade como disse pode até ser um fenômeno do sistema, mas jamais será uma propriedade de nenhuma entidade dentro desse universo. O que supremacista seja um monopolista de territórios políticos ou econômicos tenta fazer é manter sua casa permanente fria no meio de um clima tropical trancada com um ar condicionado. Em tese funcionaria pela eternidade se pudéssemos fabricar moto contínuos.

Uma das grandes sacadas do democracia capitalista para manter esse sistema cristalizado o maior tempo possível. Foi transformar esse jogo de cartas marcadas em favor dos donos da casa, num grande cassino politico-econômico mundial onde os jogadores viciados não jogam como conformados com sua derrota certa, mas porque acreditam que “todos” podem vencer. Mas novamente o principio é o mesmo manter aqueles todo insistam e arruínam suas vidas, ou vem a ruína dos seus amigos e famílias e vizinhos todos dias crentes de que com eles será diferentes, concentrados não nos milhares de perdedores como ele, mas nos vencedores, demanda uma propaganda de massas, um controle de informação que também sai cada vez mais caro principalmente quanto mais fica evidente que não é assim que as coisas funcionam.

O supremacista mais consciente sabe que ele é acima de tudo um estelionatário, que vive de gastar o que não pode e passar notas promissórias que eles não poderá pagar para o mundo. Por isso que mais hora menos o supremacista aprendeu que as crises as fomes e a guerras podem ser ferramente muito úteis para reiniciar seus sistema sem que ele sai do controle do que vier a substituí-lo ou que ele deixe de ser um nova versão exatamente do mesmo sistema anterior apenas mais atualizado. Ele sabe que precisa de tempos em tempos ele próprio por fogo em Roma, para manter o império de pé.

Ou seja o supremacismo mesmo sendo altamente instável e autodestrutivo se mantém através de ciclos autodestrutivos. Onde suas versões mais desumanas como o nazismo, o fascismo a inquisição e outras servem de ensejo para findar um ciclo e promover não a transcendência mas o retorno a uma forma mais branda dessas ditaduras, que pareça novamente perto de sua versão mais monstruosa, não apenas um mal menor ou mais leve, mas até mesmo o contraposto dessa monstruosidade. Ou seja, reembalam e vendem a semente do mal como se fosse o remédio. Novamente tem funciona muito bem, porém as pessoas já começaram a perceber que dentro do frasco desse perfume de mentira não há só água, mas veneno.

Em verdade o própria ideologia do supremacismo que exige muita imbecilidade e falta de noção de sentido para a vida de quem adere a ele não só como serve mas como liderança começa a aumentar muito o custo da imbecilização para conseguir renovar seus adeptos. Produzindo não só seguidores cada vez mais imbecilizados, mas lideranças igualmente idiotizadas, algo que não as faz nem mais engraçadas fofinhas, mas muito, muito mais perigosas dada seu potencial autodestrutivo de todos.

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Ou em outras palavras os riscos e custos e prejuízos ao desenvolvimento para propagar toda a imbecilidade do supremacismo são sempre aparentemente baixos em princípios, porque destruir é mais fácil do que construir, porém o custo e o preço que se paga no final das contas por uma ditadura é sempre monstruoso. Mesmo sem equacionar as perdas e danos morais, humanos e naturais que podem até ser permanentes. Em cálculos frios e burros são facílimas de vender em tempos de crise, mas impossíveis de pagar depois.

É… o supremacista engrena seu fim, mas nunca vai pro inferno sozinho. E quem paga para ver e o banca sempre vão com ele, junto com muitos inocentes. O supremacista sempre carrega muitos fanáticos, desesperados e inocentes para dentro da sua tumba. Porém Antes de se matar ele mata muita gente jugando-se a vitima e não o algoz do seu própria barbaridade. Porque afinal de contas o mal da humanidade está sempre o outro, não está?

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Marcus Brancaglione

X-Textos: Não recomendado para menores de idade e adultos com baixa tolerância a contrariedade, críticas e decepções de expectativas. Contém spoilers da vida.