Marcus Brancaglione
2 min readOct 2, 2016

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“Desconstruindo” Dória, se ainda tiver tempo

Aviso aos desprovidos de bom senso esse artigo é uma sátira:

Os “progressistas” brasileiros precisam aprender com os “americanos”. Jogar baixo eles sabem. Só não sabem como. Acusaram até agora Trump das coisas mais sórdidas que ele realmente é. E isso não derrubou, só o fortaleceu em seu nicho eleitoral, que aliás é gigante nos EUA. americanos brancos racistas e puritanos, que não podem ver um peitinho mas adoram força principalmente se tiver bastante violência estilizada.

Agora finalmente eles entenderam, na verdade acho que já sabiam mas estavam com medo de cruzar essa linha. Mas vamos dizer assim, agora eles finalmente entenderem e resolveram acusar Trump das coisas mais sórdidas, sujas e revoltantes para seu público cativo:

O cara então é um comuna?

E ainda por cima putanheiro!!!

Não. Não. Não. Chama a cavalaria. Vamos matar esses maldidos índios.

Se não funcionar, eles vão descobrir que Trump na verdade é um amante de negros, de noite veste uma roupa preta de morcego e sai para distribuir sopa para pobres, mendigos… e o horror até gays, mulçumanos e estrangeiros. Que nojo.

É assim que se ganha uma eleição… E se explode de vez um pais e o mundo. Seja qual for o palhaço no poder.

Aqui os progressistas já sabem acusar o adversário de todas as canalhices que pretende cometer, e fazer depois todas as monstruosidades que o adversário prometeu. Ganharam (e perderam) uma presidência assim. O que falta para eles fazer, para projetar definitivamente a ultradireita? Isto: acusar que adversários farão tudo que eles sempre prometeram mas que nunca fizeram. Acusem Doria de ser os progressistas humanistas e a esquerda que vocês nunca forem. Digam que por exemplo que a renda básica que sempre esteve nos seus programas para enganar trouxa, ele vai implantar. Nossa, aí não. É demais. Melhor não correr o risco de se expor tanto: fala que o Doria é bolivariano, financiou o Forum de São Paulo. Que é a favor da redistribuição de renda. Pronto. Já ganhou.

Mas peraí, o brasileiro médio, o paulistano, não é branco racista como o Americano. Não ele não é branco, mas vai explicar isso pra ele. Quanto a racista e gostar de uma violência institucionalizada, hum, você se surpreenderia quanta gente ainda está no armário… inclusive no armário enrustido das esquerdas.

Vai, alopra, continuem desconstruindo tudo… é assim que se corta a cabeça de um inimigo e se cria milhares. Que se ganha cada maldita batalha, para perder a guerra.

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Marcus Brancaglione

X-Textos: Não recomendado para menores de idade e adultos com baixa tolerância a contrariedade, críticas e decepções de expectativas. Contém spoilers da vida.