Marcus Brancaglione
3 min readOct 3, 2016

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Democracia Direta

Chega um pouco de análises imparciais. Agora também quero puxar a sardinha pro lado da democracia direta.

Primeiro pegue os descontentes com toda a política:

Some agora todo essas número enorme de não-eleitores, como aqueles que também não votaram propriamente em Doria, ou contra o PT como encarnação isolada do mal da velha politica.

Lógico que é uma falacia gigantesca tentar transferir todos esses descontentamento como provável apoio a democracia direta. Primeiro porque há anti-petistas convictos, apoiadores felizes de Doria, e mesmo aqueles que não sem nem uma coisa ou outra não são automaticamente apoiadores da democracia direta. Nem como opinião ouso fazer esse tipo de ilação. Mas me pergunto sim: qual é o tamanho do universo destes votantes e não votantes descontes e revoltados que se tivesse outras alternativas além desse maldito espectro do nós contra eles, não escolheria outro caminho simplesmente porque é a negação de ambos? Ou seja quantos pessoas dentro desse universo não estão a espera de novas caras na politica, mas sim de um novo sistema político?

Essa é uma pergunta bastante difícil de responder, agora. Mas que será revelada pela incrível velocidade com que esse apoio popular irá se transformar em apatia, oposição e até mesmo revolta, em breve, quando a ideia de que se livrar do petismo era tudo que bastava.

Enquanto isso tanto o estoque de demagogos vai envelhecendo e se acabando, quanto os postes colocados no lugar não vão conseguindo ficar de pé por muito tempo. E não estou nem contando com os que serão derrubados pela Lava-Jato.

Cortaram o fio vermelho, mas a contagem regressiva da bomba-relógio continua a rolar. Tic-tac. Tic-tac.

O que teremos então? mais Democracia ou mais fanatismo e autoritarismo?

Como bem disse o jornalista da segunda matéria a bola da vez está com Freixo, e é no Rio, que vamos saber se um bispo somado aos votos dos Bolsonaro irão mesmo inaugurar a primeira grande prefeitura da IURD.

As chances de Freixo não são tão pequenas quanto parecem, principalmente se ele não deixar que o encosto dos mortos-vivos agora venham encarnar nele para tentarem usar seu palanque para se salvar de uma condenação que depois desta derrota popular ficou mais perto do que nunca.

Não se deixem enganar pelo titulo da matéria da BBC, não foram os protestos de 2013 que geraram a apatia, foi a classe política como um todo que gerou os protestos. E continua provocando descontentamento como nunca visto. Se vai ficar na apatia ou vai explodir em revolta ainda maior, isso é algo que não depende sequer da gravidade do momento, mas simplesmente de mais uma gota d´água neste copo que esta sempre cheio.

Perguntei onde eles estariam sem o PT? Mas pensando nisso tudo, acho que a pergunta mais pertinente é mais: O que será agora deles sem o PT?

Tic-Tac. Tic-Tac.

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Marcus Brancaglione

X-Textos: Não recomendado para menores de idade e adultos com baixa tolerância a contrariedade, críticas e decepções de expectativas. Contém spoilers da vida.